CRUZANDO AS AMÉRICAS: Manutenção do Mino(Taurus) e visita a Antígua!

DIA 9

07ABR16 - quinta
Percurso do dia: 0 km
Percurso total: 5.747 km

Tiramos um dia para descansar um pouco e fazer uma manutenção do carro, pois percebíamos alguma trepidação no volante ao acionar os freios e era hora de verificar alguns itens como suspensão, óleo do motor e alinhamento. Nos demos como um presente ficarmos em um hotel com melhor serviço do que os encontrados pelo caminho e escolhemos o Tikal Fortuna, bem localizado (zona 11), com um centro comercial no mesmo prédio e com muitos serviços no entorno.

Um dia cuidando do Mino(Taurus)

Acordamos, tomamos o café da manhã e nos dividimos em dois grupos: o Dé foi para Antigua e nós três, Daniel, Mauro e eu, fomos providenciar a manutenção do carro, que apresentava uma trepidação.

Havíamos recebido uma indicação de que na própria rua do Hotel Tikal, a Calçada Roosevelt, havia oficinas que consertavam suspensão. Percorremos a rua e na primeira oficina de suspensão que encontramos, a Dakar, entramos.

Qual não foi a nossa surpresa quando vimos que todos os funcionários estavam impecavelmente uniformizados e com luvas, inclusive os mecânicos; de fato, o ambiente era limpo e organizado. Além de tudo, para entrar no carro, o funcionário cobriu o banco com um plástico, para não sujá-lo. No Brasil, isso só acontece em algumas autorizadas. O Daniel, de cara, comentou que iríamos ser explorados ali.

Fomos bem recebidos, expusemos os problemas (trepidação no volante, barulho no amortecedor traseiro) e o funcionário fez o orçamento. O preço inicial foi de cerca de US$ 455. Depois de regatear, fechamos em cerca de US$ 385. O melhor de tudo: eles concordaram em fazer o serviço no mesmo dia, apesar da oficina estar cheia de carros.

Enquanto o carro ficava pronto, fomos dar uma volta pelo Centro histórico da cidade da Guatemala. Tinha uma manifestação popular e vimos muitas pessoas. Na volta passamos pela zona 10, a chamada zona viva da cidade, um lugar muito bonito, cheio de restaurantes, casas de show, bares e centros comerciais. Não tivemos tempo de explora-la.

No final do dia fomos pegar o carro. Ele estava lavado e aspirado. Recebemos, sem pedir, mais um desconto: o preço final foi de US$ 380.

Um ótimo dia.
(Marcelo Oliveira)

Visita à cidade histórica de Antígua!

Todos que me conhecem sabem do meu grande interesse pela história e pelos aspectos sociais dos lugares que visito, por isso conversei com meus amigos de viagem e não havendo motivo para que nós 4 nos dedicássemos a encaminhar a manutenção do carro, me liberaram para visitar Antígua, uma cidade histórica a cerca de 40 km da Cidade da Guatemala.

Pretendia tomar um táxi mas descobrindo que os ônibus para Antígua passam em frente ao Hotel Tikal, onde ficamos hospedados não resisti a experiência de andar novamente de "jardineira" (assim eram chamados no Brasil os ônibus com frente e chassi de caminhão), o que não fazia desde meus 5 anos. Ao mesmo tempo seria interessante estar mais perto do cotidiano local.

A viagem para Antígua levou cerca de 1 hora, não muito mais do que levaria em um táxi, e custou somente Q. 20,00 (vinte quetzals), ou cerca de US$ 2,50 (ida e volta).

A cidade parece uma Paraty menos cuidada, e tem 3 vulcões em suas proximidades: Vulcão D'Água (Hunahpú), Acatenango e Vulcão de Fogo. Algumas ruas de terra próxima ao centro enchem o ar de poeira e 2 mercados de artesanato podem ser a realização de quem gosta de comprar bibelôs para levar. É interessante que o cumprimento dos vendedores é "o que busca?" e ao dizerem o preço de um artigo dizem quase imediatamente "qual és su precio? quanto pagas?".

Antígua, fundada em 1743, foi Capital do Império Espanhol na América, e está situada em um território onde por muitos séculos floreceu a civilização Maia. Foi muitas vezes afetada por terremotos até que depois de um forte tremor em 1773, que destruiu grande parte da cidade, foi ordenado que se abandonasse a cidade e se transferisse a capital para o lugar onde hoje está a Cidade da Guatemala. A população local nunca aceitou a ordem para o abandono e permaneceu no local. Pode-se observar nos prédios principais da cidade o testemunho de sua importância.

Após caminhar um pouco pelas ruas em direção à praça principal da cidade (Parque Central) fui abordado por um guia local, Sr. Antonio, que me ofereceu um pacote que incluia uma visita à Ciudad Vieja, a uma central de produção de macadâmia, a uma fazenda de café e a um centro de produção e venda de artesanato. Negociei que só me interessava a Ciudad Vieja, ou seja a parte histórica do passeio proposto.

A Ciudad Vieja consiste em um núcleo residencial erguido sobre a primeira cidade, fundada em 1527 como cidade de Santiago da Guatemala, bem próxima da encosta do Vulcão D'Água (Hunahpú) e destruída em 1541 por um desastre natural: após muitos dias de chuva a cratera do vulcão encheu-se de água e rompeu-se soterrando a cidade sob uma camada de lodo. Alguns prédios resistiram, como a Casa dos Cabildos (forte) e sua bela Catedral (para mais informações sugiro http://iglesiadeciudadvieja.blogspot.com/2008/09/su-iglesia.html), porém 32 dos 34 degraus de suas escadas estão até hoje soterrados.

Enquanto visitava a Catedral em Ciudad Vieja pude assistir a passagem de um cortejo de um enterro, muito diferente do que estamos acostumados: todas as pessoas vestiam seus melhores trajes e um pequena banda musical acompanhava o féretro, realmente emocionante

(Dé Alves)