quinta-feira, 14 de abril de 2016

San José à Ciudad de Panamá!! Cruzamos os 8mil km!!

DIAS 13 e 14
11abr16 - segunda
Percurso do dia: 605 km

12abr16 - terça
Percurso do dia: 280 km
Percurso total:  8.127 km

Informações ao viajante:
- verifique anteriormente sobre o estado das vias e evite viajar a noite, encontramos longos trechos sem sinalização devido a obras recentes de recuperação!
- cuidado com o combustível no trecho panamenho, encha o tanque logo após a passagem da fronteira e procure não deixar baixar muito além de meio tanque pois há longos trechos sem postos de abastecimento.

Rompemos a barreira dos 8 mil quilômetros, aproximadamente a metade do que pretendemos percorrer até Niterói, até aqui tudo foi muito bem, o Mino(Taurus) tem se comportado exemplarmente e nenhum de nós quatro pediu para sair do jogo, na verdade acho que todos nós temos gostado do time e do jogo.

Considerando que a qualidade das estradas na América Central e o tempo gasto nas fronteiras, cerca de 2 horas, não nos tem permitido percorrer distâncias muito além de 400 km e que planejamos desde o início que não viajaríamos a noite, decidimos dividir o trecho entre estas cidades em 2 etapas: San José - Santiago de Veráguas e Santiago - Ciudad do Panamá.

Saímos de São José pela 34, em direção a Dominical - via Jacó, pela rodovia denominada Ruta Costanera, mais longa mas mais rápida. Há outra opção já saindo da Capital da Costa Rica pela Panamericana (CA 2), que evitamos a partir das recomendações do GPS e Google Maps; ao preparar este post descobri que sua denominação panamenha é suficiente para nos convencer: Cerro de la Muerte, com uma elevação de cerca de 3.500 m antes de descer para o nível do mar (http://www.dangerousroads.org/central-america/costa-rica/78-cerro-de-la-muerte-costa-rica.html). É a rodovia das chuvas, neblina e deslizamentos.

Pegamos a Panamericana (CA 2) em Playa Dominical, seguindo pela mesma até a fronteira com o Panamá, em Paso Canoas, onde passa a ser denominada carretera 1 (CA 1).

Na fronteira em Paso Canoas nos surpreendeu de cara o menor número de despachantes a nos abordar na chegada. Buscamos liberar o carro, já tendo recebido uma cópia do documento definitivo, enviada gentilmente por Bárbara desde Chico - EUA via e-mail estávamos mais tranquilos. Como é um país muito influenciado pelos EUA e a partir dos relatos que lemos, nossa expectativa era de uma fronteira exigente, mas alguns em fronteiras anteriores já haviam nos dito que era uma das mais tranquilas.

Também não encontramos muitos cambistas pois a moeda panamenha, balboa, tem equivalência com o dólar americano e na realidade o dinheiro em circulação no país é a moeda americana, não há cédulas de balboas, só moedas e você as recebe junto com moedas de dólar nas suas compras.

Todos concordamos que a fronteira gera um clima de tensão que parece fazer pesar o ar em torno da gente, mesmo com todos os documentos em ordem parece que a ameaça de estar diante de pessoas detentoras do poder de te permitir seguir ou não adiante.

Como nos noutros postos permitimos que despachante nos acompanhasse pois os escritórios e locais para obter as autorizações são muito mal sinalizados, melhor pagar uma gorjeta ("propina" aqui) do que perder tempo em um lugar nada agradável.

Até este momento a nossa experiência de viagem não constatou tentativas de extorsão. Neste posto o despachante sugeriu que déssemos uma propina ao vistoriador das malas para que não fosse necessário verificá-las, claro que não aceitamos e tivemos que retirar todas do bagageiro, levando-as a uma sala onde acreditávamos que passariam por um raio-x. Para nossa surpresa a máquina de raio-x era um funcionário anedótico, que falava elevando a voz em alguns sílabas finais, repetindo várias vezes a palavra BraSIL, e nos explicando aos berros como preencher o importante formulário de declaração de bens para migrantes/turistas. Após verificar todas 3 malas e 3 mochilas enquanto gritava NADA...NADA.....NADA.... a cada incursão de suas mãos pelo conteúdo...esqueceu da minha bagagem ou desinteressou-se por nós.

Gastamos pouco mais do que as 2 horas habituais na fronteira mais burocrática que encontramos e as 12h50 estávamos seguindo viagem.

Esperávamos encontrar no Panamá estradas em excelente qualidade, não foi bem assim, mas todo o percurso possuía pista dupla. O percurso até David tinha trechos bastante danificados causando grande desconforto. Dali em diante encontramos muitos trechos em obras de renovação, com o trânsito desviado para uma das faixas, no entanto as estradas nos permitiram uma boa viagem. Uma grande extensão é em pista de concreto, que descobrimos tornar-se bastante desconfortável quando desgastado.

Como o percurso era muito longo para faze-lo em só dia, planejamos parar para nosso pernoite em David, cidade com um bom número de hotéis, 55 km após a fronteira. Mas sabendo da necessidade de chegar o mais cedo possível a Cidade do Panamá para iniciar os trâmites de despacho do carro para a Colômbia resolvemos seguir viagem para Santiago de Veráguas, o que nos deixaria a cerca de 270 km de nosso destino. Nos hospedamos no Hotel Gran David, sugerido pelo booking.com, que nos surpreendeu pela boa qualidade das instalações, com exceção do restaurante. Tivemos dificuldade de encontrar um lugar para jantar que não fosse de uma rede de fast food.

Descansamos um pouco mais,saímos as 08h00 e fomos fazer nosso café da manhã no Mc Donalds após o qual retornamos ao hotel e partimos para a Cidade do Panamá as 10h30.

Mas 27 km adiante fomos parados por um policial. Após rodar 7.875 km através de 4 estados americanos, cruzar o México de norte a sul e atravessar 4 países da América Central, com o 1º piloto Daniel Cardoso no volante fomos parados pela primeira vez e questionados sobre nossa velocidade. O limite estabelecido para o trecho da pista era de 80 km/h e estávamos a 60 milhas/h. Após argumentar que o painel em milhas ainda o confundia, Daniel entregou sua carteira de motorista brasileira ao policial que afastou-se em direção à sua moto. Retornou alguns minutos depois e ressaltou que realmente estávamos além da velocidade, perguntou para onde íamos e com uma rizadinha se tínhamos alguma ligação com a Odebrecht (ainda bem que não perguntou de outra empresa), questionou-nos se havíamos feito o registro do veículo  ao entrar no Panamá e disse que seu papel era educativo, portanto desta vez não aplicaria multa mas que atentássemos para o respeito aos limites de velocidade, preservando nossas vidas e a dos outros.

Como estas situações me deixam orgulhoso do gênero humano!!!

Chegamos à cidade do Panamá e fomos direto ao escritório do despachante aduaneiro indicado pelo nosso contato na Bolívia, de lá seguimos com ele para o DIJ (Dirección de Investigaciones Judiciales) para obter um documento que ateste que o Mino(Taurus) não foi roubado. Mas só conseguimos ser informados de que deveríamos estar lá no dia seguinte o mais cedo possível, parar o carro no estacionamento e desliga-lo para aguardar atendimento em torno de 08h00 já com o motor frio para a inspeção.

É o que faremos amanhã!! Escreverei sobre isso e sobre a cidade do Panamá.


Carretera Panamericana (Ruta 1)

Ponte Centenário sobre o Canal do Panamá


Skyscrapers 

Cinta Costeira

Canal do Panamá

4 comentários:

  1. Estou aqui a ler seu blog, com um misto de inveja (da boa) e admiração. Que grande aventura! Muito sucesso na jornada. Fico a aguardar mais notícias! Abraços angrenses. Jorge Lopes

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    1. Jorge Lopes ...vc sabe que seria muito bem vindo...só teríamos que aumentar o carro...

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  2. Vc sabe que seria muito bem vindo!!!

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  3. Muito legal!!!!!!!!! Já estão na metade do caminho...Show...

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